Hoje eu gostaria de pedir licença para lavar os olhos.
Está difícil enxergar o mundo com eles assim, sujos.
Hoje eu quero começar pelos olhos e, também, lavar a alma. Quero que cada lágrima derramada leve embora um pouco da sujeira que tem sido depositada no meu corpo. Coisas que ouço, coisas que falo, coisas que penso e, até, coisas que finjo não querer.
Quero me sentir limpa, livre, leve. Quero sentir em mim o cheiro da limpeza. Quero aproveitar e pintar cada canto do meu corpo com uma tinta que blinda contra ataques de insetos, esses que chegam com jeito, cara, corpo e som de inofensivos, mas que fazem um estrago sem igual.
Após essa limpeza, só há uma certeza: faxinas têm de ser feitas sempre, é impossível manter-se limpo sempre, mas, uma limpeza diária evita que a faxina faça doer, o coração.
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